Sutilmente a sensibilidade que lhe devorava por dentro tomou equilíbrio e aquietou-se pelo caminho ao lado.
O foco completamente embaçado deixava para traz o conteúdo pragmático que lhe levava pra ser menos exata, mais voraz e temerosa nas escolhas. Quem dera, se todo equilíbrio que ela buscasse encontrasse um pouco de simetria entre seus planos e a realidade.
Não sei até que ponto o arbusto toma conta e deixa o pensamento vagar pelas paisagens, sem que volte a estar naquele mesmo lugar de antes. Mas é o encaixe que lhe é cabível, coisas de personalidades fortes, embora haja dias de humores inconstantes, devorados por sensações irremediáveis naquele momento. E tudo passa.
A questão novamente aparece no cotidiano ainda aberto, inviolado pela propensa vontade que permite se estender um pouco de onde se podia ir. Impulso, que atirem a primeira pedra quem não age por ele pelo menos uma vez na vida e não se arrependa depois. Ele compõe as vontades e depois arrebenta as entranhas, e lhe deixa sujeita aos seus pré-julgamentos.
Não é pecado sentir-se vulnerável ao outro por mais falhas que existam em algumas de suas atitudes. É do humano agir assim, ainda que te seja nocivo quebrar a cara e voltar. Voltar para onde não deveria ter saído, de dentro de você.
Fora de mim, e dentro da minha sensibilidade, sinto a pupila dilatada, os membros superiores firmados, mas as pernas bambas, a garganta travada com choro compulsivo que não irá sair até que der a primeira palavra.
Estive só por lá, e sempre estive quando achava que todos poderiam me dar a mão e não me deixar de fora novamente, porque não entendo até onde as pessoas possam conseguir usar do seu egocentrismo e não enxergar o outro, e não lhe ser recíproco no que é ofertado, mesmo que não haja intenção de trocas.
Dou de mim mais do que posso, cobro de mim mais do que devo, e deve ser por isso que às vezes espero das pessoas um pouco de atenção. Acredito na generosidade, no bom coração mesmo sem conhecê-las de fato. Se deixar de ser assim, levarei embora uma grande parte de mim, e o que trarei em troca?
Dizem que com o tempo as pessoas aprendem, mas lições tomadas só são aprendidas quando ensinadas, decorá-las dá trabalho, o automático não envaidece, nem se torna atrativo para que se lembre tão fácil, somente as fórmulas do que é exato fica gravado por muito tempo, e olhe lá. Mas as lições da vida são assim, aprende-se no sufoco, no calor da troca, das decepções sofridas e do caminho trôpego, que só realmente ensina pelas inúmeras quedas.
Quantas juras já foram feitas e não cumpridas. Muitas, já nem dou conta do quanto de mim já foi devorado quando disse “nunca mais o farei”. E mesmo que a tristeza insista em apertar o coração e mostrar que há algo de errado por aqui, eu ando vagando pelo outro em sua forma e espaço, preocupo e ignoro erroneamente o racional que me move, mas não leva nenhum pouco do que há por aqui.
Se for aceito nessa vida ser um pouco do que somos, em essência e plenitude do que nos compensa, mesmo com todo desengano, admito para quem quer que seja que ainda sou a mesma, sem qualquer mudança de anos atrás, com alguns acréscimos para o silêncio que se tornou um dos meus melhores amigos em muitos momentos, embora, um ser falante como eu não deseja por muito tempo está preso às suas lacunas, pois quando o coração palpita é necessário que as palavras permeei os espaços e não voltem nunca mais para onde saíram, dentro, bem dentro de mim.
Seus textos hoje estão carregados de sentimentalismo, viu? Bonitos. os li. Sempre os devoro.
ResponderExcluirBjos com ternura menina linda.
cada dia mais delicada com as palavras... :)
ResponderExcluirMocinha...
ResponderExcluirEstá tão introspectiva ultimamente.
Sim, sim, erramos, falamos que aprendemos, que não vamos mais fazer isso e aquilo... e quando percebemos, estamos ali, no mesmo lugar. Liga não, é coisa de gente ;-))
Beijos.
Quando precisar (ou quiser) bater papo, me procura no MSN ...
ResponderExcluirflavio.ferrari1@hotmail.com.
Beijo
Quanto mais a gente so cobra, mais de espera das pessoas... E sobre os erros, não sei porque a lição fi gravada ela metade.. onde estã as soluções, mesmo?
ResponderExcluirBom, por ultimo, não prenda sua voz... quanto mais se prende, mais dói pra sair!
=**
;D
Acho que estou em um mesmo momento que você. Já parei de mudar, de me transformar, agora só adiciono. Será que quando começamos a ficar velhos?Rs!
ResponderExcluirE lindas palavras o que você disse sobre o caso da Kim Petras. A alma, com certeza, é de mulher.
Obrigada pela visita e volte sempre!;) Vou te linkar também.
Beijos
Delicada e tocante. Parabéns. :)
ResponderExcluirlu!!! voltei!!
ResponderExcluirmais poética do que nunca, hein??!
bjo no coração!!
:t
ps: segredo!!
Lu não prenda sua voz nunca... pq doi muito mais se guardá-la. Mas temos que ter cuidado não o que falamos, mas como falamos.
ResponderExcluir=* gata!
Suas palavras nunca discordam do que eu penso.. Mais uma vez, adorei seu trabalho aqui Lua :)
ResponderExcluirBaci.
Sabe Luana sinto que nesse mundo ser um pouco de nós mesmo, não é bom, preferem a mascara e verdade. E por mais que doa, devemos ser nos mesmos sempre.
ResponderExcluirSeu texto é muito bom, faz refletir!
rá, bonita.
ResponderExcluir"embora haja dias de humores inconstantes, devorados por sensações irremediáveis naquele momento. E tudo passa."
ResponderExcluirBem isso q estou passando...vc eh demais, Lu :***
Bjkas
Dani
É o segundo post que leio seu.
ResponderExcluirE não me enganei no que disse no primeiro comentário.
Este texto é uma excelente reflexão.
"Acredito na generosidade, no bom coração mesmo sem conhecê-las de fato"
Eu também, ainda que no primeiro olhar seja instintivo e só acredite nalguns... mas já acredito que vc é mesmo generosa e tem um bom coração...
Beijo.