A relação com a loucura sempre foi tensa. Sim, porque ela faz desvairar em ares muito mais leves, do que o habitual. Do que o corriqueiro que leva ao poço da hipocrisia em não assumi-la.
Verdade mesmo, todos temos um lado louco, bem mais louco do que santo, que se afugenta nos lugares mais tocáveis. Mas o pudor, a cultura que nos desafia impõe limites para viver numa sociedade extremamente complexa.
Quando sou louca me sinto mais eu, como se todos os resquícios do ilimitado se transformasse em um só e me deixasse a beira do fogo, de querer derreter sem voltar a se recompor.
A loucura nos torna nômades. Não temos lugares fixos para dizer o endereço, não queremos ser encontrados, não desejamos ficar por nenhum instante e deixamos sermos levados pelo seu ritmo.
À beira da loucura é o melhor lugar que encontramos para não se equilibrar por muito tempo, quem sabe, nem mesmo a gravidade exista.
Durante o século XVIII a loucura se ligava à busca do intelecto, grandes idealistas se consumiam de uma maluquice sem tamanho, eram vistos como excêntricos, extravagantes, mas permitiam-se viver sem rotina, sem apego dentro de um sistema de absoluta imposição.
Saint-Simon era um deles, um amalucado que apoderava-se de suas epifanias para viver sem rédea, que conduzia o desapego em palavras, propensas numa loucura completamente desregrada, onde se permitia viver.
Quantos de nos temos um pouco da D. Maria Louca, da loucura solta de Clarice, do gosto extravagante de viver do Cazuza, do jeito despojado da Rita Lee, da loucura apaixonante de Gabriel Garcia Marques e tantas outras loucuras (des)humana como a de Hitle, ainda que sensível como a de Friedrich Nietzsche.
Ser louco é despertar o intimo, é ser você nas brechas incontidas, nos seus pensamentos que incomodam, que regulam e que quando você a encontra soltam-se, vivem, por mais estúpida que sejam as sensações.
Quando sentir a loucura chegar não traga camisa de força para ela. O que vos falo não é do lado perverso, do instinto de maldade e desamor que assola o mundo e traz tanta crueldade. É um encontro – paradoxoalmente- com a loucura sensata, aquela que permite você ser você, numa felicidade tão leviana e inocente ao ponto de ser perdoada.
Lú,
ResponderExcluirtodos se sentem bem quando cometem um tipo de loucura, sim, pois de fato loucura nos mostra que estamos vivos, que algo pulsa dentro de nós ...
Então viva ...
De louco todo mundo tem um pouco sem dúvidas ...
E sinceramente eu não sei o que é loucra o que é ser são?
A sociedade nos mostra muita coisa, impõe, mas na realidade, será que estamos certos,agindo daquela forma?
Seja louca, viva minha linda ...
E qto a sua dúvida seu texto, está show de bola, amei !!!!
Viva cada preocupação de uma vez ...
Um beijo enorme linda mulher
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOi vizinha, tem adoçante? rs...
ResponderExcluirMinha loucura esta sempre deboxando por aí, nunca senti necessidade de prende-la. Algumas pessoas ate tentam limitar, mas acabam sobrecarregados de loucura rsrsrs...
Da mesma forma que as pessoas prendem sua loucura, tambem o fazem com a paixão. Ambas devem viver juntas. A ilusão vai muito além do que uma magoa que será lembrada.
Super beijo!
Lú nunca havia visto, lido alguém falar da loucura da forma como você falou; com poesia, com beleza, intensidade, linhas densas. Disse alguém que ser louco é ver o mesmo cachorro e ver a sua semelhança com o Lobo. É ver o que ninguém vê, sentir, dizer, ser você mesmo, também ser outro, ser tudo. Sou louco por seus escritos no sentido que gosto muito de lê-la e é um prazer e uma honra ser seu leitor e amigo! Honra e prazer que espero se extenda para toda a vida.
ResponderExcluirAbraço,
R.Vinicius
Talvez a loucura seja mesmo um grito de liberdade, uma forma de sairmos de uma bolha e voarmos por céus inexplorados e inexploráveis.
ResponderExcluirTenho meus acessos e gosto muito deles.
Louco é aquele que se diz são...
Beijos, menina da Lua.
Vou resumir em uma frase que tenho aqui em meu arquivo de frases "O mundo é dos loucos, os normais são turistas."
ResponderExcluirBj!
Menina, como você escreve bem !!!
ResponderExcluirE falando em Rita Lee:
Dizem que sou louco
Por pensar assim
Se eu sou muito louco
Por eu ser feliz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz
Não é feliz
não dá mesmo pra ser lúcida o tempo todo.
ResponderExcluirbjo de fim de semana!
mas louco é quem me diz!! e não é feliz!!!(8)
ResponderExcluirhehe.
retribuindo a visita e e parabenizando seu blog:D muito bacana mesmo.
e em comum temos o fato de historiadoras, estou no 3º ano desta graduação!
Um beijo e volte sempre, assim o farei^^
Lu,
ResponderExcluirQue texto mais fofo! Vi muito de mim, quando você falou de si. Sou meio tresloucada, e adoro! Rs.
Olha, brigada pelas visitas e palavras bonitas no blog, viu? Volta sempre, que eu reservei um canto pra você.
Te beijo, com carinho.
Todos somos loucos!
ResponderExcluirLá fora chove o calado momento
Que repassa na alma, ansiedades…
Saltam inquietas chamas de dentro
Do meu peito, alagadas saudades
Um fim-de-semana ensopado
De paz e harmonia…
De coração ornamentado
De muita alegria
O eterno abraço…
-Manzas-
Oi, vi sua visita no meu blog e adorei, e comecei a ler seu texto, mas volto para ler o resto. É que agora estou sem tempo. rs
ResponderExcluirMe visita mais vezes, eu vou adorar. Também faço o curso de história.
Um grande abraço,
Átila Siqueira.
"A loucura é pouca bobagem."
ResponderExcluirVarrida.
Nao temos como repirmir sempre a ânsia da liberdade que está em nós, que habita em n´~os, que convive conosco e quer quer também ser o que é. É pela loucura que ientificamos a nossa lucidez.
ResponderExcluirCadinho RoCo
Gostei muito do texto! Bom fim de semana! Bj
ResponderExcluirEU, SENTIMENTO"
Não queria ser só sentimentos
E tê-los assim explícitos na alma
Como espinhos dilacerando a carne
Mas trago-os afiados no coração
Nas entranhas do que me faz emoção
Sou assim e não me furto disso
Aí então, não sei se choro ou se sorrio
Não sei se grito ou silencio
Só sei que sei que eu nem sei
Se eu fogo ou pavio
Se eu chuva ou estio
Amigo Elcio Tuiribepi
http://verseiro.blogspot.com
Morning visiting at my local time ...have you enjoy your weekend and have a nice day..greeting from far away country, Indonesia. Cheerss... :)
ResponderExcluirA própria lucidez ás vezes enlouquece...
ResponderExcluirPorque, é necessário "sair de si" por alguns momentos e agir como uma louca...
Beijos
Seu blog é uma loucura de encantos. Brincaderia. Delicado, bem escrito, com fotos lindas e cheuias de arte estilo. Da prazer aos olhos e aos sentiods, vir aqui..
ResponderExcluirInteressante...escrevi algo parecido sobre a prudência que permite surpresas, e não insanidades!
ResponderExcluirMoça bonita, passei para agradecer à sua visita. Atualizo mais o outro blog, se tiver um tempinho dá faça uma visitinha ^^
www.euamaria.blogspot.com
Voltarei por aqui!
Beijos doces
Hum... bom saber que achei uma conterrânea por aqui.
ResponderExcluirAdorei seu espaço aqui, voltarei para te visitar mais vezes.
BeijooooO
:D
Eu já fui bastante resistente à diversas conotações empregadas ao termo "loucura". Acredito que todos que já conviveram com doentes mentais e compreende o sofrimento, a angústia que é alguém travar uma guerra com sua própria mente se sente,a principio, bastante desconfortável prá aceitar essas derivações da "loucura". As vezes - quase sempre - fica, mais que a sensação, a certeza de que o assunto é tratado com uma ironia e uma "leveza" que só possível a quem tem uma noção muito vaga do problema.
ResponderExcluirMas isso já ficou prá trás. Essa conotação muito próxima ou idêntica - mesmo sem querer - à de Erasmo de Roterdan é plenamente compreensível. E se ainda assim ficasse algum traço de resistência, depois de ler "Sobre a Verdade e a Mentira" de Nietzsche qualquer um abdica de qualquer posicionamento defensivo.
Que cada um tenha aproveite sua "loucura sensata", tendo ela o conceito que tiver.FORTE ABRAÇO!
"Ser louco é despertar o intimo, é ser você nas brechas incontidas, nos seus pensamentos que incomodam, que regulam e que quando você a encontra soltam-se, vivem, por mais estúpida que sejam as sensações."
ResponderExcluirÉ Luana.
De quando em quando, deixo "a louca" que existe em mim sair por aí.
Pena que só de quando em quando.
Beijos mil!!!
Caio Fernando Abreu, sabiamente, escreveu: "Loucura, eu penso, é sempre um extremo de lucidez. Um limite insuportável."
ResponderExcluirBelas palavras!
=*
É tãoi bom extrapolarmos as nossas emoçoes, sermos arrojados!
ResponderExcluir"loucura solta de Clarice" realmente a melhor definição para ela.
ResponderExcluirBjkas Lu
da dani ;)
concordo plenamente!
ResponderExcluirÉ por essas e outras que eu amo minha loucura ;)
eu quero mais é ser loucamente feliz!
ResponderExcluire sei que vc também!
seja feliz sempre
a loucura estará sempre com vc te ajudando a chegar la
sei disso, e não se preocupe, nem sempre fazer presepada é sinal de pouco juízo!rsrs
:D
Oi, linda!
ResponderExcluirObrigada pela visitinha e pelas palavras perfeitamente encaixadas no meu texto.
E que bom que gostou, apesar dessa dorzinha que nos é comum não ser tão legal assim.
E adorei seu blog e sua loucura.
Que seja minha também.
Grande beijo!
Eu queria poder ser mais louca! Nos ataques de loucura é quando enxergo muitas partes de mim que tinha esquecido.. Tenho vontade de ser mais idealista, mais excêntrica e extravagante e realmente, achamos tudo isso na nossa loucura..
ResponderExcluirBaaci, Lú .
"Mais louco é quem me diz:
ResponderExcluirQue não é feliz...
Eu sou feliz" mutantes
Essa música resume tudo!!
Beijos
Concordo. Entendi o tipo de loucura, a importante pra melhorar as nossas vidas no sentido de libertarmos um pouco mais e cada um sabe ou deve descobrir a q tem.
ResponderExcluirabraço
A loucura de Nietzsche é a mais humana das loucuras. Ele foi apenas homem, mais nada. Muitos são taxados de loucos pq anda seguindo seus próprios passos. Seguem sua regra. Afujenta os ditos normais. Que não fazem nada e tb ñ pensam nada. Quem pensa por si só é livre, e ser livre é coisa muito séria. Adorei o texto Luana. Vou seguir seu blog, c deixa? Bjos com carinho.
ResponderExcluirA maior calamidade que pode acontecer a uma pessoa é ela ficar séria e prática demais. Um pouquinho de loucura e de excentricidade só faz bem.
ResponderExcluirOsho, em "Faça o Seu Coração Vibrar"
Loucura é não se admitir louco!
ResponderExcluirAbraços!