sábado, maio 14

O medo de confessar.

Dia desses numa conversa inesperada, confessei a uma amiga um sentimento que não atestava tinha tempos. Aquilo me ecoou a semana inteira, me tirou o sono e fez me arrepender por cada letra do que eu disse. Logo eu, que não costumo me arrepender muito fácil das coisas que faço/digo. Senti medo, medo de ridículo.

Aquela confissão me fez ter noção da minha fraqueza, do ponto que ainda dói em meus pensamentos, já não diria mais em meu coração.

Não concordo com a ideia e sempre deixei claro que atestar sentimentos não é fraqueza alguma, pelo contrário, acredito que isto nos edifica, nos transmite uma plenitude inesperada, embora, de certezas, tipo de ação que a maioria dos seres humanos fogem.

Fui dormir pensando e não consegui pregar os olhos. Aquilo me incomodou, causou gastura e indagações: “Meu Deus, porque eu tinha que comentar aquilo? Isto não existe mais”.

O fato é que nunca isso tinha acontecido comigo, por mais que me doesse, se os meus olhos não me denunciassem primeiro, nunca me doeu dizer dos meus sentimentos aos meus amigos. Eles sempre foram as pessoas mais certas para desabafar e me estender a mão.

A verdade é que a vivacidade daquelas palavras nunca deixaram de existir dentro de mim. Eu criei um mundo peculiar e moldei cada pensamento positivo daquela vivência com o ressentimento dos acontecimentos, envenenei - a fim de matar por completo - o sentimento que eu construí dentro de mim, para quem sabe assim, esquecer mais rápido tudo aquilo que passou (anos atrás).

O carinho está fraturado, o respeito com sérias lesões, as lembranças (boas) com escoriações e a consideração com diversos hematomas. Foi à conclusão que cheguei quando àquela confissão, que poderia não ter feito nenhum estrago, me senti angustiada e temida, por incrível que pareça por mim mesma.

A sorte é que a gente tem o tempo, e por mais que os outros nos joguem pedras, nos roguem praga e sorriam da situação alheia, estes e outros estão sujeitos a serem alvos do caminho contrário daquilo que a gente quer, e um dia eles vão passar pela mesma coisa e refletir sobre.

Livrai-me Deus, do sentir que fere a minha alma e me deixa distante da minha essência, descrente das chegadas e temendo as partidas. Daí-me a sabedoria para aceitar as tuas decisões, mesmo que me doam. Eu te proponho que no lugar fatigado, você me recomponha de amor digno, sem que eu precise mais uma vez desfazer minhas forças antes mesmo de começar.

5 comentários:

  1. Olhos rasos d'água. Reconheço, fielmente, traços meus em todas as linhas. Parabéns, amiga.

    ResponderExcluir
  2. comovente..
    obrigada por confiar-nos uma coisa tão dentro de ti..

    bjs.Sol

    ResponderExcluir
  3. É sempre muito bom ler luana ferraz! Parabéns, amiga!

    ResponderExcluir
  4. emocionou total! lindo! e deixa o tempo passar! bjss

    ResponderExcluir
  5. Sentimento teu mais que também senti a um tempo atrás.. hehe Esta lindo!

    ResponderExcluir

Palavras salvas.