Não segura a palavra, nem o sentimento, solta essa loucura que dá vertigem quando a alegria decide dar cambalhotas do lado de dentro da gente. Estamos presos, enclausurados em nós mesmos, nos colocando rédeas para mediar nossas vontades, somos tolos, somos covardes por acharmos que há pretensão em externar a nossa felicidade. Não somos tutores das vontades alheias, somos das nossas.
Estamos sem viço, dominados, incubados numa sociedade que estabelece um julgamento contínuo para tudo e para todos. Onde cor tem valor, onde raça tem caráter e onde sexualidade tem padrão.
Medimos a aparência, mas não a essência, não fazemos com o coração, mas com a razão. Estamos armados com os nossos dedos apontados para o outro, achando que podemos dizer o que é certo ou errado daquilo que a gente sequer viveu, provou da experiência. Não somos donos da verdade, porque a verdade é relativa, é flexível e é daninha, faz qualquer um de nós engolir à seco as certezas. Por falar nisso, quais eram mesmo as que eu tinha? Lembrei!
A certeza de ser feliz, a certeza do final que não é conscientizado para que a nossa vida seja mais leve e plena do hoje, mesmo que o futuro seja um combustível que não deve ser mensurado para realização dos seus planos.
Mas, por favor, chega dessa mania de querer ditar regras que não cabem nessa nossa incapacidade de instituir o que só a vida nos ensina.
Eu quero é ser feliz até nessa tristeza que me apura os fatos, de quebra, eu vou criando coragem, onde o medo não se ausenta, mas me capacita!
Ufa, eu estou viva!